Irmão

Tudo começou quando houve um concurso na Gávea, sede do Flamengo. Os 5 que fizessem um percurso com a bola em menos tempo se classificava pra final. Eram mais ou menos uns 100. O Yuri foi pras finais e, numa disputa de pênaltis incrivelmente emocionante venceu. Ganhou uma semana de treinamento na Granja Comary, em Teresópolis, com a equipe da CBF de jogadores sub-13. Nesse dia, diversos pais de outros meninos vieram me parabenizar: “Parabéns pelo seu filho!” “Ta feliz, né, papai?” Parabéns, seu filho tem futuro!” Comecei a me tocar então que trato o Yuri como meu filho e não como meu irmão. Revendo mentalmente minhas atitudes nesse dia reparei que fiquei pulando de um lado pro outro como um louco comemorando a vitória dele.

Nesse domingo, dia 30/03/2008, mais ou menos às 19:40, o Yuri sobe no palco comigo pra fazer um show com minha banda, Regra Zero. O show ia ser cancelado porque nosso baixista não poderia ir, mas pensei comigo mesmo: “Porque não botar o Yuri pra tocar? Sei que ele só toca a 2 meses, mas se eu simplificar as linhas de baixo, pode ser que fique legal.” E ficou. O coitado subiu no palco se tremendo todo de nervoso. Só tem 13 anos, pô! Mas foi conseguindo tocar as músicas, uma a uma e no fim pôde respirar tranqüilo com o fim do seu primeiro show. Durante a apresentação eu devo ter ficado com um sorriso no rosto quase que 80% do tempo. E o fenômeno se repetiu. Eu me senti orgulhoso como se fosse meu filho. O meu nível de euforia depois de um show nunca foi tão alto. Eu quase chorei de tão feliz que fiquei.

Ele sempre me pediu um depoimento no orkut pra ele, mas eu nunca fiz...